Da porta pra dentro, entro
Caminho lento, e atento sinto o silêncio do tempo
É a vida, que simplesmente acontece
Não há pressa, nem há prece
É apenas a pena que parece
O tédio da inércia das coisas, de compreensão carece
Tudo perece
Vou a janela, refúgio da clausura, como se pudesse, porventura
Ali encontrar a cura
Que loucura!
Se os olhos são o espelho da alma
Eu quero ver o interior, a origem, o Thauma
Da porta pra dentro é o fechar das pálpebras
A intimidade profunda com tudo aquilo que nos habita
Que grita, palpita, que nos inunda
Reflita: Diante do caos, a beleza está em ser o que se é
Em estar de pé
Se futuro não há, também não há marcha ré
Da porta pra dentro, concentro, consinto-me acalento, e atenho-me à fé